Tetê Espíndola

De família de músicos (é irmã de Alzira, Geraldo, Humberto, Jerry, Sérgio e Celito Espíndola), teve sua primeira craviola, instrumento de 12 cordas inventado por Paulinho Nogueira, em 1974. Iniciou sua carreira artística como integrante do grupo Luz Azul, tocando craviola. Em 1978 gravou seu primeiro LP, “Tetê e o Lírio Selvagem”, gravado em conjunto com seus irmãos. Por essa época, começou a atuar com o compositor Arrigo Barnabé. Em 1980 lançou o LP “Piraretã”. No ano seguinte, participou do festival “MPB Shell”, interpretando a canção de Arrigo Barnabé “Londrina”, contemplada com o prêmio de melhor arranjo, assinado por Cláudio Leal. Em 1982 gravou o LP “Pássaros na garganta”, título alusivo à denominação feita pelo poeta Augusto de Campos para definir a voz da cantora, peculiarmente aguda, metálica e afinada. Esse disco incluiu canções de sua autoria, como “Amor e guavira”, com Carlos Rennó, e de outros compositores, como Arrigo Barnabé, “Canção dos vagalumes”, entre outras. Seu repertório, até então, refletia uma temática regionalista, com influência de ritmos paraguaios, comuns na região do pantanal de onde a cantora é original. Em 1985 tornou-se conhecida do grande público ao vencer o “Festival dos Festivais” da TV Globo, interpretando a canção “Escrito nas estrelas” (Arnaldo Black e Carlos Rennó), registrada em compacto simples, que fez imenso sucesso. Em 1986, contratada pela Polygram, gravou o LP “Gaiola”, com destaque para a faixa “Na chapada”, com Carlos Rennó, interpretada em dueto com Ney Matogrosso. Nesse mesmo ano participou da trilha sonora do filme “Cidade Oculta”, composta por Arrigo Barnabé, e cantando com ele a faixa “Pô, amar é importante” (Hermelino Neder), que teve certo destaque nas rádios. Dois anos depois, representou o Brasil no festival “The concert voice”, realizado em Roma na Itália. Em 1989 participou do “Festival New Morning”, em Paris, e do “Festival de Jazz”, da Bélgica. Em seguida, foi contemplada com uma bolsa da Fundação Vitae, para desenvolver um projeto relativo ao tema “A instrumentalidade da voz humana e a musicalidade dos pássaros da Amazônia e do Pantanal”. O trabalho gerou o lançamento, em 1991, do disco “Ouvir”. Em 1994 gravou o CD “Só Tetê”, contendo músicas de Djavan,Tom Jobim e Chico Buarque, entre outras, além do sucesso radiofônico “Ajoelha e reza” (Carlos Rennó – Arnaldo Black). Em seguida, excursionou pelo Brasil, divulgando o disco. Em 1995 lançou o CD acústico “Canção do amor”, tocando craviola em todas as faixas, com inéditas e regravações de algumas músicas marcantes em seu repertório. Em 1998 gravou, com sua irmã Alzira Espíndola, o CD ao vivo “Anahí”, que registrou, entre outras, as canções “Pé de cedro”(Zacarias Mourão) e “Serra da Boa Esperança” (Lamartine Babo). Em 2001 lançou o Cd “Voz Vox Voice”, em parceria com o compositor francês Philippe Kadosch, onde a cantora executa 128 diferentes vozes usando a extensão incomum de sua voz para conseguir tal feito. Em 2002 lançou, com Raquel Naveira, o CD “Fiandeiras do Pantanal”. Em 2004 foi lançado o CD “Espíndola Canta”, reunindo Tetê, Alzira, Celito, Jerry, Geraldo, Sérgio, Humberto e Gílson Espíndola, mais Iara Rennó e Daniel Black, filho de Tetê e do compositor Arnaldo Black. Em 2005 gravou o Cd “Zen Cinema” e em 2007 o Cd “E Va Por Ar”, os dois trabalhos mais autorais. Em 2009 Tetê lança outro CD em parceria com o francês Philippe Kadosch, “Babeleyes”, trabalho experimental no qual o compositor trabalha em cima de línguas mortas ou em vias de extinção. Em 2014 Tetê lança o CD de inéditas “Asas do Etéreo”, em edição dupla especial que trás também a primeira reedição em CD do disco “Pássaros da Garganta”. Dona de imensa extensão vocal e um raro timbre de voz agudíssimo, Tetê Espíndola é uma das cantoras mais originais da música brasileira. Seu trabalho incorporou pesquisas de vanguarda realizadas com sons de pássaros, influência de temas regionalistas e fusões do acústico com o eletrônico.

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