Biografia

“O ofício do ‘crooner’ é pouco vislumbrado quando se baliza a consolidação do que hoje consideramos ‘música popular brasileira’ – a conhecida ‘MPB’, cujas portas foram abertas pelo movimento bossa-nova, nos 1960; e esse não só apresentou uma nova estética musical, capitaneada por Jobim e João Gilberto (instrumento e voz metonímicos do movimento), como também, contraditoriamente foi abraçada por conhecidos crooners daquela época, cuja inteligência musical logo captou e adotou a novidade: cantores como Maysa, Lúcio Alves, Marisa Gata Mansa, Agostinho dos Santos, Dolores Duran, entre outros, foram agregados ao acontecimento, e aderiram àquela nova bossa em seus repertórios – foi quando o samba-canção – imperante estilo daqueles intérpretes mais experientes – concedeu espaço a uma “batida diferente”, possibilitando uma nova etapa de interação profícua entre artistas da música popular daquele período (e de repente tudo conjuminava para algo “contemporâneo; e não foi por acaso, por exemplo, que Maysa deixou de lado a “dor de cotovelo” para navegar em barquinhos de Ronaldo Boscoli e Roberto Menescal, jovens revelações da bossa-nova).

Nesse contexto, o ‘crooner’ não somente abandonava definitivamente o “rótulo” direcionado a apenas ‘intérpretes masculinos de standarts’, abrindo espaço às consideradas “cantoras da noite”, como também atuava conceitualmente na difusão da música estrangeira no processo de confluência com os estilos nacionais – é inegável a ‘influência do jazz’ na bossa-nova, como afirma em canção o compositor Carlos Lyra; e da mesma forma, é impossível elidir o fato histórico de que a bossa-nova foi precedida pela forte influência da música e dos estilos estrangeiros (especialmente os norte-americanos), que em terras brasileiras foram difundidas proficuamente por artistas como Dick Farney (lembremos do fã-clube “Sinatra-Farney), os crooners acima mencionados, com destaque para Dolores Duran, cuja interpretação histórica de ‘My funny Valentine’ arrancou elogios de Ella Fitzgerald, que considerou Dolores a “melhor intérprete” daquele standart norte-americano.

A história da música brasileira, aos poucos, tem sido contada e esclarecida ao longo de seu fazimento; porém, a relevância da passagem histórica acima descrita ainda não recebeu devida abordagem: a presença funcional do ‘crooner’ como difusor e catalisador da música estrangeira – deflagrada em sua estética –, peça essencial para os desdobramentos e dos rumos seguidos por nossa música popular. Deste modo, ratifica-se a importância desse segmento que, em irrefreável continuidade, chegou aos tempos atuais, no qual a modernidade do tom “jazzístico e sincopado” de uma Silvia Telles e de uma Dolores Duran encontram-se repassados espontaneamente; e no caso de Duran, compositora e crooner mais importante da década dos 1950, morta precocemente aos 28 anos (mas não sem antes compor com o, na época, moderníssimo Tom Jobim, e ganhar arranjos dos inovadores maestros Radamés Gnatalli e Léo Peracchi), essa tradição tem sido repassada de forma ancestral, que encontra no cantor Tony Gordon seu representante mais contemporâneo e em destaque.

Sobrinho de Dolores, Tony Gordon não apenas enfatiza a importância da função do ‘crooner’ no embornal de nossa cultura, como reaviva e faz emergir a importância de seu pai, o cantor Dave Gordon, ‘crooner’ cuja importância ainda encontra-se elidida pela desmemória costumeira vigente em nosso país, mas que se revigora a cada interpretação de Tony sobre a obra difundida pelo pai. Tal relevância ganha expressivo contorno quando pensamos sobre a presença do balanço afro-calypso-americano do músico Harry Belafonte, cuja híbrida expressão estilística ganhou profusão por meio da interpretação de Dave Gordon, pai de Tony – ambos ‘crooners’ em sua acepção mais efetiva, cuja resistência artística – que se passa de pai para filho – hoje deságua no filho do filho do Pai: o jovem WilliaM Gordon, baixista e cantor de 20 anos, filho de Tony e continuador de uma tradição que precisa permanecer viva!

Cantor Tony Gordon, já com seus 29 anos de carreira, a tempo de cumprir o resgate do legado e da importância do pai, Dave Gordon, na campo histórico de nossa música e cultura brasileira.”

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