Biografia

No ano de 1924, um caboclo do sertão alagoano, chamado Manuel Clarindo Biano, casado com uma cabocla sertaneja, Maria Pastora da Conceição, tornou-se herdeiro de 4 instrumentos: um bombo amarrado de cordas, um prato e dois pífanos de taboca e a obrigação de não deixar morrer a tradicional Zabumba Cabaçal, criadas por seu avô e que seu pai conservava com todo carinho, sempre presente nas novenas, procissões, rifas, forrós e demais festejos sertanejos.

Manoel Clarindo Biano, gostando sempre de mudar de lugar para viver melhor com sua numerosa família, não perdeu o ideal do velho pai e avô, ensinou a seus filhos Sebastião de 5 anos e Benedito de 11 anos a tocar pífano e formou uma nova bandinha, com Benedito e Sebastião tocando pífano, Martinho Grandão na caixa sendo que ele mesmo tocava o bombo. Eram assim os 4 elementos que formavam a Zabumba Cabaçal.

Para todo lugar que se mudava, tinham o cuidado de levar em um animal os instrumentos característicos da tradicional Zabumba, percorrendo quase todo o sertão. A família Biano (A família Zambumba) veio parar no agreste pernambucano, na cidade que mais tarde seria a causa da consagração da Bandinha famosa, que naquele tempo já era uma autêntica representante da música e do folclore nordestino.

Chegou à família Zabumba, em Caruaru, no dia 15 de julho de 1939 passando a morar no lugar chamado Contendo, localizado neste município, continuando também a marcha da velha Zabumba com um novo nome, Zabumba dos Contenda.

Com a morte do velho Manoel Biano em 1955, os novos herdeiros Benedito e Sebastião Biano, honrado o nome dos seus antepassados e atendendo o último pedido de seu pai, reuniram-se aos seus familiares: Luiz de 9 anos, Amaro de 10 anos (filhos de Sebastião), Gilberto de 15 anos, João de 11 anos (Filhos de Benedito) e formaram uma nova Bandinha com o nome de Banda de Pífanos de Caruaru. Nome que já é hoje famoso em todo o Brasil.

Depois de alguns anos, com a saída de Luiz, chegou a vez de José com 8 anos (filho de Sebastião), ficando assim formada: 1º pífano – Sebastião, 2º pífano – Benedito, surdo – Amaro, tarol- Gilberto, pratos- José e bombo- João. Assim ficou formada a Banda de Pífanos de Caruaru, com pessoas da mesma família.

Zabumba Cabaçal ou Zabumba dos Contenda ou Zabumba de Caruaru ou Banda de Pífanos de Caruaru, tradição de uma família sertaneja, honra a música popular do nordeste e é parte autêntica do nosso folclore.

No começo dos anos 70 a aparição de duas músicas da Banda de Pífanos de Caruaru na trilha sonora dos filmes: Terra de Deus, Faustão, Rodeio de Bravos aonde o chão e o limite, Saudade do Futuro, Viva São João com Gilberto Gil, Lançado na França e documentários na Bélgica, Alemanha, Portugal e Suíça, marcaram a incursão deste.

Mas as coisas só iam acontecer mesmo após Gilberto Gil em suas andanças e pesquisas tropicalistas descobrir a banda e gravar o tema Pipoca Moderna, de Sebastião Biano em parceria com Caetano Veloso. Até então viviam em uma roça próxima a Caruaru, onde subsistiam plantando mandioca e feijão.

Após o resgate, feito em 72, a Banda de Pífanos grava o seu primeiro, LP, intitulado “Banda de Pífano Zabumba Caruaru”.

No mesmo ano em que gravam o primeiro disco de transferem para São Paulo, onde forma convidados a soprar seus pífanos em documentários, espetáculos e discos de outros artistas.

Benedito era analfabeto e fabricava seus próprios pífanos. Quando tocava em espetáculos sempre dizia: “eles que afinem pelo meu instrumento, porque aqui entre nós e proibido se meter a entender de escala”.

No ano seguinte, continuaram se apresentando em São Paulo e gravaram “Bandinha de Pífano Zabumba Caruaru, VOL 2”, CBS. A inspiração tiravam da vivência sertaneja; o ronco remoente do carro de boi, o canto do bem-te-vi, brigas entre bichos, todos os motivos alegóricos do nordeste vociferavam pelas suas superstes flautas.

A origem dos pífanos remonta aos beduínos orientais e berberes norte-africanos, que legaram aos colonizadores nos 800 anos de dominação na lbéria este formato, logo copiado por toda Europa.

Até o final da década de 70, se apresentaram na Suíça e pelas capitais brasileiras sendo o destaque do Projeto Pixinguinha, em 74. SÓ viriam a gravar novamente em 78, pela Continental/Musicolor. Para sobreviver faziam os mais diversos bicos, inclusive camelô.

influenciaram grupos como Quinteto Violado, Alceu Valença, Orquestra Amorial e outros. Nunca ficaram ricos e sempre reclamaram que não receberam o justo.

No repertório do grupo, figuravam temas do folclore nordestino – “A briga do cachorro com a onça” O- canções próprias, – Bianada na Roça – ate’ temas mais recentes como Feira de Mangaio (de Sivuca e Glorinha Gadelha).

No biênio 79/80 a bandinha assinaria contrato com a Discos Marcus Pereira, selo responsável por um dos melhores documentários em vinil, a série “Música Popular Brasileira”, editada em 16 volumes (cada região com quatro volumes) Dois discos foram lançados neste período: “Banda de Pífanos de Caruaru”, de 79 e “A Bandinha vai tocar” de 80.

Nos próximos 19 anos a indústria cultura brasileira deixaria o grupo no jejum, restando a eles aparições esporádicas ou vinculadas ao calendário de festas juninas.

Em 1999 a Banda retoma a indústria fonográfica na Gravadora Trama, onde lança o CD Banda de Pífanos de Caruaru, a Original- Tudo isso é São João. Em 2003 lança o CD Banda de Pífanos de Caruaru, no século XXI, no Pátio do Forró, CD 2 em 1 “Pimenta Malagueta”, SÓ Forro.

Com o falecimento de um dos fundadores Sr. Benedito Biano, a nova geração é composta por um dos fundadores, Sebastião Biano (Pífano), por Amaro Biano (Surdo), José Biano (Prato), Gilberto Biano (Caixa), João Biano (Zabumba), Jadelson Biano (Percussão) e o mais novo integrante convidado Junior Caboclo- 2º Pífano.

Em 2004, ganha o Prêmio Tim, na categoria melhor Grupo Regional e o maior Prêmio Mundial da Música, O Grammy de Música Latina, na Categoria Melhor Grupo Regional Raiz e Honra ao Mérito do Governo Federal.

O ano de 2021 veio com muito trabalho em desenvolvimento e através de grande parceria com a Gravadora Vinil Brasil, pudemos produzir o LP Samba Matuto 1969, onde um grande resgate de canções inéditas e em 2022 lançamos o produto, com segmento de muitos trabalhos que virão. Também foi um ano de grande perda, em outubro, o componente Gilberto Biano despediu deste mundo e foi encantar o mundo espiritual.

Em 2022 nos despedimos de Sebastião Biano, um dos fundadores da Banda de Pífanos de Caruaru e o mundo do forró ficou refém desta perda irreparável.

Atualmente a Banda está com nova formação e estamos em renovação estrutural e com muitas novidades a serem apresentadas.

Contato

+55 11 2389-1169
embrashow@embrashow.com.br





Vídeos